Segurança Psicológica

A Base para Ambientes Saudáveis, Produtivos e em Conformidade com a Nova NR-1

Gleidson Costa

7/29/20256 min read

Em um mundo do trabalho cada vez mais exigente, veloz e complexo, onde os desafios emocionais e cognitivos se intensificam, um conceito se tornou central para empresas que desejam prosperar de forma sustentável: segurança psicológica.

Mais do que um modismo corporativo, segurança psicológica é um fator decisivo para a inovação, a colaboração, a saúde mental dos trabalhadores e, agora, um elemento diretamente relacionado à legislação trabalhista brasileira. A nova NR-1, que estabelece diretrizes para o Gerenciamento de Riscos Ocupacionais (GRO), traz à tona a necessidade de mapear e mitigar fatores psicossociais, e a segurança psicológica aparece como um pilar indispensável nessa missão.

Neste artigo, você vai entender:

  • O que é segurança psicológica e como o conceito se desenvolveu;

  • Por que ela é fundamental para ambientes saudáveis e inovadores;

  • Quais os benefícios concretos para empresas e trabalhadores;

  • Como a nova NR-1 e o GRO exigem atenção aos riscos psicossociais;

  • O que as empresas precisam fazer para se adequar;

  • E como a ZEST Desenvolvimento Humano pode apoiar essa jornada.

O que é segurança psicológica?

O termo segurança psicológica foi popularizado por Amy Edmondson, professora da Harvard Business School, em pesquisas com equipes de hospitais na década de 1990. Inicialmente, sua investigação buscava compreender por que algumas equipes cometiam mais erros do que outras. Para sua surpresa, as equipes mais bem-sucedidas relatavam mais erros — não porque erravam mais, mas porque se sentiam seguras para relatar, discutir e aprender com os erros.

Segurança psicológica, portanto, é o clima de confiança dentro de uma equipe que permite que os membros se expressem com liberdade, compartilhem ideias, assumam riscos interpessoais e exponham dúvidas ou falhas sem medo de retaliação, ridicularização ou punição.

Segundo Edmondson, é a crença de que “o time é um lugar seguro para se assumir riscos interpessoais”.

Os 4 pilares da segurança psicológica nas equipes

Para que a segurança psicológica seja cultivada, ela precisa estar ancorada em comportamentos consistentes e na cultura organizacional. Amy Edmondson resume em quatro elementos principais:

  1. Aceitação da vulnerabilidade: espaço para dizer “não sei”, pedir ajuda ou admitir erros;

  2. Respeito pelas ideias divergentes: abertura real ao contraditório e à diversidade de perspectivas;

  3. Inclusão ativa: sensação de pertencimento, onde cada pessoa sente que é ouvida;

  4. Aprendizado contínuo: ambiente em que a experimentação é permitida e o erro é tratado como parte do processo.

A segurança psicológica não é “passar a mão na cabeça”

É importante desfazer um equívoco comum: segurança psicológica não é ausência de cobrança, nem indulgência com comportamentos disfuncionais. Pelo contrário, equipes com segurança psicológica podem ter alta exigência de desempenho, mas em um ambiente onde os colaboradores se sentem valorizados, protegidos emocionalmente e capazes de dar o seu melhor.

O modelo ideal, segundo Edmondson, é o que combina alta segurança psicológica + alta responsabilidade. Essa combinação cria um ambiente de alto desempenho sustentável.

Por que a segurança psicológica é tão importante?

A segurança psicológica está diretamente relacionada a múltiplos indicadores de sucesso organizacional:

  • Inovação: Colaboradores ousam experimentar, pensar diferente e sugerir melhorias;

  • Engajamento: Pessoas se sentem motivadas, pertencentes e conectadas ao propósito;

  • Colaboração: Há maior cooperação, ajuda mútua e troca de conhecimento entre equipes;

  • Saúde mental: Reduz estresse crônico, ansiedade, burnout e adoecimento ocupacional;

  • Tomada de decisão: A diversidade de ideias melhora a qualidade das escolhas;

  • Retenção de talentos: Ambientes seguros emocionalmente têm menor rotatividade.

Um estudo do Google, conhecido como Projeto Aristóteles, avaliou as características das equipes mais bem-sucedidas da empresa. A conclusão foi clara: o fator mais importante era a segurança psicológica — mais do que a inteligência, o currículo ou o perfil técnico dos colaboradores.

Segurança psicológica e os riscos psicossociais no trabalho

Riscos psicossociais são fatores do ambiente de trabalho que podem afetar negativamente o bem-estar psicológico, emocional e social dos trabalhadores. Isso inclui:

  • Excesso de cobrança ou metas inalcançáveis;

  • Ambiguidade de papéis;

  • Falta de reconhecimento;

  • Comunicação ineficaz;

  • Assédio moral ou organizacional;

  • Falta de participação nas decisões;

  • Clima organizacional tóxico ou competitivo em excesso.

A ausência de segurança psicológica intensifica todos esses riscos. Ambientes de medo, silêncio e desconfiança são terrenos férteis para o adoecimento psíquico, para o baixo desempenho e para conflitos ocultos.

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) já reconhecem os riscos psicossociais como ameaças à saúde pública, e recomendam ações preventivas dentro do campo da saúde e segurança no trabalho.

O que diz a nova NR-1 sobre riscos psicossociais?

Desde 2022, a nova NR-1 (Norma Regulamentadora nº 1) passou a exigir que as empresas brasileiras implementem o Gerenciamento de Riscos Ocupacionais (GRO), com atenção explícita aos riscos psicossociais.

Segundo a norma:

  • Os riscos psicossociais devem ser identificados, avaliados e controlados;

  • Devem ser considerados fatores como carga de trabalho, relações interpessoais, clima organizacional, violência, assédio e falta de controle sobre o próprio trabalho;

  • Empresas precisam elaborar Planos de Ação coerentes com a avaliação de riscos;

  • Os registros dessas ações devem compor o PGR (Programa de Gerenciamento de Riscos).

Isso representa uma mudança de paradigma: saúde ocupacional deixou de ser apenas física — agora também abrange o sofrimento mental e as dinâmicas invisíveis que impactam o trabalhador.

Empresas que negligenciam esse aspecto podem estar em desacordo com a lei.

Qual a relação entre segurança psicológica e NR-1?

A segurança psicológica pode ser entendida como um dos mecanismos mais eficazes para mitigar os riscos psicossociais identificados pela nova NR-1.

Ela atua preventivamente em três níveis:

  1. Individual: fortalece a saúde emocional do trabalhador;

  2. Interpessoal: melhora a qualidade das relações e da comunicação;

  3. Organizacional: cria uma cultura que favorece o bem-estar e o desempenho coletivo.

Iniciativas voltadas à segurança psicológica podem ser incorporadas ao PGR como medidas preventivas e educativas, gerando não só conformidade legal, mas também transformação real na cultura da empresa.

O que as empresas precisam fazer?

Para estarem em conformidade com a NR-1 e promoverem um ambiente saudável, as empresas devem:

  1. Mapear os riscos psicossociais com instrumentos validados e análise técnica;

  2. Avaliar o clima de segurança psicológica por meio de entrevistas, questionários e indicadores de cultura;

  3. Formar líderes para promover segurança psicológica, evitando práticas tóxicas de gestão;

  4. Implementar ações educativas sobre saúde mental, vulnerabilidade e empatia;

  5. Integrar a saúde ocupacional com a saúde emocional, inclusive com programas de apoio psicológico;

  6. Documentar tudo no PGR, com planos claros, metas e cronograma de melhorias.

Como a ZEST pode ajudar sua empresa

A ZEST Desenvolvimento Humano está preparada para apoiar pequenas e médias empresas nesse novo cenário, com soluções completas e personalizadas. Atuamos na interseção entre conformidade legal, saúde mental e cultura organizacional.

Nossos serviços incluem:

  • Diagnóstico completo de riscos psicossociais, com instrumentos técnicos e linguagem acessível;

  • Avaliação do grau de segurança psicológica nas equipes;

  • Formação de lideranças para ambientes seguros e colaborativos;

  • Workshops, treinamentos e jornadas educativas, alinhadas à NR-1 e aos desafios do seu negócio;

  • Monitoramento contínuo e indicadores para avaliação de impacto.

Mais do que atender à norma, nosso compromisso é transformar a saúde emocional das empresas em vantagem competitiva.

Conclusão:

Investir em segurança psicológica não é “mimar” os colaboradores — é proteger o que há de mais valioso nas organizações: as pessoas. Em tempos de burnout, alta rotatividade, baixa motivação e adoecimento silencioso, empresas que priorizam o cuidado, o diálogo e o pertencimento constroem culturas fortes, equipes engajadas e resultados sustentáveis. A nova NR-1 é um alerta e também uma oportunidade: a adequação legal pode ser o ponto de partida para um ambiente mais humano, produtivo e próspero.

Se você é gestor, profissional de RH, empreendedor ou líder técnico, pergunte-se: “Minhas equipes se sentem seguras para falar, errar, tentar e ser quem são?” Se a resposta for “não sei” ou “nem sempre”, então é hora de agir. E a ZEST está aqui para caminhar com você.

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