Lançado em 2019, o último relatório “O Futuro do Trabalho”, realizado pelo Fórum Econômico Mundial (FEM), destacou as 10 competências indispensáveis para os profissionais do século XXI. A lista evidencia uma nova tendência do mercado de trabalho mundial, que valoriza cada vez mais características relacionadas às qualidades humanas – as “human skills”. A mudança em curso é tão grande que a instituição estima que, entre 2016 e 2020, 35% das habilidades em alta já tenham se alterado. Além disso, aponta que 65% das crianças hoje no primário terão empregos completamente novos quando entrarem no mercado – e eles já começaram a surgir, de cientistas de dados a desenvolvedores de apps e pilotos de drones.  

Nesse artigo apresentaremos aas 10 competências do futuro do trabalho. Dez habilidades humanas para o futuro do trabalho. Esses pontos fortes são essenciais não apenas para construir e liderar equipes eficazes, mas também para prosperar no local de trabalho em constante evolução. 

1. EMPATIA

A empatia nos dá a capacidade de nos colocar no lugar das outras pessoas para que possamos ver e sentir a partir de sua perspectiva. É uma mentalidade e uma abordagem abrangente do ser – no local de trabalho e na vida. 

    • Ouvir: o primeiro passo para entender é fazer perguntas. Em seguida, faça uma pausa para ouvir como seu colega explica o que está pensando e sentindo. Ao ouvir, você obterá um contexto valioso de onde eles estão partindo. 
    • Apreciação: Mostrar sincero apreço e celebração das contribuições dos outros permite que você mostre que os valoriza. 
    • Autoconsciência: Parte de sentir o que os outros sentem também tem a ver com a compreensão de seus próprios preconceitos e crenças limitantes. 
    • Julgamento: Quando as pessoas procuram conselho ou compartilham um problema, elas não estão procurando por sua crítica. Considere que eles já podem ter a resposta, que você pode ajudar a descobrir. Às vezes, apenas reconhecer o que eles disseram é o melhor primeiro passo.  
    • Presença: antes das reuniões, pare um momento para pensar sobre com quem você estará e com o que eles estão lidando no trabalho – e na vida. O tempo é um dos nossos ativos mais valiosos, portanto, esteja lá totalmente. 

2. Inteligência Emocional.

Trata-se principalmente de si mesmo: construção de autoconsciência, autogestão, consciência social e gestão de relacionamento. Estar ciente de como seu comportamento afeta os outros está no cerne da inteligência emocional. 

Pense sobre estas questões: Que tipos de comportamento o deixam louco? Onde sua ansiedade aparece? O que você faz quando não se sente ouvido? Como seus ressentimentos aparecem nas interações com outras pessoas?  

3. Comunicação Eficaz.

O que atrapalha uma boa comunicação? Frustração, falta de confiança, estresse e evitação de problemas, que somam horas infinitas perdidas. É importante começar de uma posição de escuta ativa e considerar os seguintes princípios. 

    • Intenção: Saiba o que você quer dizer e seja claro quanto ao seu objetivo. Nenhum de nós é leitor de mentes. 90% da comunicação não é verbal, portanto, certifique-se de que as palavras que você está usando transmitam com precisão o que você quer dizer e que você lidou com seus sentimentos antes de falar. 
    • Organização: reserve um tempo para organizar seus pensamentos e expressá-los de maneira direta. 
    • Enquadramento: A coragem de dizer o que realmente está em sua mente é importante, mas lembre-se de que “eu acho, eu sinto” é muito mais eficaz do que começar com “você”, o que coloca as pessoas na defensiva. 
    • Afirmação: as pessoas entendem o que você está dizendo? Perguntar se as informações fazem sentido pode revelar um problema potencial. 

4. Uma mentalidade de crescimento.

Tornar-se é melhor do que ser”, afirma Carol Dweck em seu livro Mindset: a nova psicologia do sucesso. Muito do que fazemos é movido pelo medo, mesmo no local de trabalho. Essa mentalidade de medo promove uma cultura de anti-mudança, mesmo em empresas “inovadoras”. 

Permitir uma tomada de risco calculada é essencial para o desenvolvimento de novos produtos e soluções inovadoras. Em vez de estigmatizar o fracasso, uma mentalidade construtiva o abraça como uma parte necessária do progresso. Como a professora de psicologia da Universidade de Stanford, Carol Dweck, aponta, encontrar resultados positivos de forma proativa, apesar de quaisquer desafios, ajuda a construir resiliência. 

5. Curiosidade + Instigação

A curiosidade é uma parte natural de qualquer ciclo criativo. Ela abre o caminho para o “pensamento de possibilidade”. A instigação é um convite para desafiar soluções rápidas, soluções sem brilho e medíocres. Comece abraçando o desconforto e o desconhecido, dê espaço para ideias dissonantes, opiniões divergentes e resultados aparentemente improváveis. Desafiar formas rígidas de pensar e trabalhar permite que novas ideias se formem. Permita-se experimentar momentos de admiração e traga essa prática para o seu trabalho. Muitas vezes surgem grandes ideias quando a mente está tranquila e à vontade. 

6. Análise Estratégica e Pensamento Analítico

As pessoas costumam saltar para a fase de execução logo após a descoberta. A etapa que falta, a análise estratégica, garante que as perguntas certas sejam feitas antes que uma equipe comece a resolver o problema. A análise estratégica ajuda a identificar problemas complexos, fornecendo uma visão de nível superior da rede interconectada do que muitas vezes pode parecer problemas isolados. 

O pensamento analítico permite que as pessoas suspendam a tomada de decisões emocionais e, em vez disso, olhem logicamente para pesquisas e testes baseados em evidências. Como parte do processo analítico, olhamos para tudo, desde causa e efeito a pró versus contra a análise de custo-benefício. É um erro em qualquer processo de desenvolvimento de produto que a análise estratégica e o pensamento analítico repousem sobre os ombros de apenas uma pessoa. O projeto de maior sucesso requer que as soluções sejam provenientes de uma equipe multidisciplinar. 

7. Resolução de problemas complexos

A resolução de problemas complexos é mais eficaz quando os membros de uma equipe olham para um briefing de projeto com os olhos de um estrategista. Muito antes de as soluções serem oferecidas e um tempo significativo ser gasto, certifique-se de identificar o problema real antes de pular para as soluções. Para entrar no modo de resolução de problemas, você precisa entender o verdadeiro problema em questão, identificar desafios no caminho, resistir a soluções simples, identificar restrições e caminhos para a viabilidade e, acima de tudo, ter certeza de que está aberto à experimentação.  

8. Resolução de conflitos

É inevitável que o conflito surja em uma equipe em algum ponto ou outro. Surge com mais frequência quando as funções não estão claramente definidas, houve uma falha na comunicação, quando suposições são feitas e quando fluxos de trabalho e processos são mal projetados. A maioria de nós tem pouco ou nenhum treinamento para expressar emoções negativas: frustração, mágoa, indignação. Nossa reação padrão é evitar o desconforto, fingir que nada está errado ou, inconscientemente, tornar-se passivo-agressivo. Permitir que o conflito infeccione pode ser extremamente prejudicial para o moral e a produtividade. Entre as habilidades mais eficazes para aprender a fim de resolver conflitos estão o domínio da escuta profunda, mediação e facilitação. Dar às pessoas o benefício da dúvida e liderar com curiosidade também são ferramentas poderosas. 

9. Negociação e Persuasão

Além de compreender a perspectiva do outro e ser resiliente, o trabalho exige que encontremos caminhos para sermos eficazes. Isso requer negociação e persuasão. Não é apenas para a equipe de vendas. Você precisa ser claro sobre o que deseja e do que está disposto a abrir mão para obtê-lo.  Dado o futuro do trabalho e a crescente economia de gigs1, cada vez mais profissionais serão forçados a se tornarem mais empreendedores. Parte do que torna um empreendedor bem-sucedido é a capacidade de lançar e vender seus serviços, que é onde a negociação e a persuasão se encaixam – não apenas para freelancers, mas também para colaboradores internos. 

10. Liderança 

Um grande líder reconhece que confiança, transparência, inclusão e respeito são pilares essenciais sobre os quais uma cultura corporativa vibrante é construída. Eles entendem que não basta construir cultura, é preciso protegê-la e mantê-la. Um grande líder também precisa tomar decisões difíceis e responsabilizar todos, incluindo eles próprios.  

Em última análise, ser adaptável às mudanças que acontecem no local de trabalho de hoje é colocar essas habilidades humanas (human skills) em prática tanto no nível individual quanto organizacional. Embora as habilidades e necessidades técnicas possam mudar, entender como interagir e ser mais humano no local de trabalho pode permanecer a única constante. 

 

Gleidson Costa
CEO da ZESTDH 

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